Yo minna!
Uma comédia romântica com um bom toque de drama, acompanhando a história de cinco garotas descobrindo o turbulento caminho da vida adulta.
Anime: Araburu Kisetsu no Otome-domo yo. (Araburu, Maidens of The Savage Season)
Gênero: Comédia, Drama, Escola, Romance, Shounen
Situação: Completo (12/12)
Sinopse: As meninas de um clube de literatura do ensino médio fazem uma brincadeira para se conhecerem: respondendo à pergunta: "O que você quer fazer antes de morrer?" Uma das garotas diz: "Sexo". Mal sabem elas, mas o turbilhão desencadeado por essa palavra levará cada uma dessas meninas, com diferentes origens e personalidades, em seus próprios caminhos desajeitados, engraçados, dolorosos e emocionais em direção à idade adulta.
À primeira vista, Araburu pode parecer com muitas coisas. Primeiro de tudo, sem dúvida, com um anime ecchi, já que meio que ele aborda o tema de sexo bastante rápido dentro da trama. Segundo, com uma comédia romântica clichê que já vimos trocentas vezes. E terceiro, com um shoujo e seu ritmo lento e cheio de acontecimentos que nunca chegam. Não tenho nem como descrever a minha surpresa ao descobrir que Araburu não se encaixa com nada disso.
Araburu conta a história dessas cinco colegiais do clube de literatura que, depois de ouvir um certo termo, passam a sofrer mudanças drásticas no seu dia-a-dia e passam a ver coisas que, antes disso, não percebiam que estavam ali. Apesar de "adolescência" ser um tema bastante recorrente e comum nesse meio de animes (principalmente em slice of life), o grande ponto de Araburu é COMO ele aborda esse tema e cada um de seus romances, cheios de sentimentos confusos e, algumas vezes, polêmicos.
Com personagens bastante humanos, o anime consegue, ao longo de cada episódio, puxar o espectador de um sentimento para outro, de forma que você certamente nunca termina um episódio da mesma maneira que começa. O aspecto de "mudança" é frequente tanto na interação dos personagens, que crescem e vão aos poucos mudando suas atitudes à medida que começam a compreender melhor sobre si mesmos, quanto na própria ambientação de cada cena, criando uma incrível montanha russa de sentimentos e reviravoltas.
Além disso, sem a menor dúvida, Araburu acaba por fugir dos clichês sem perder o sentimento de realização. Perdi a conta de quantas vezes tive minhas expectativas destruídas diante dos meus olhos para ver uma situação mais interessante do que eu esperava. Araburu surpreende, mas sempre de uma maneira crível, sem perder em momento algum o senso de realismo que a trama faz tanta questão de prezar.
Infelizmente, nem tudo são flores. O tempo curto impede que todas as personagens tenham o desenvolvimento e a atenção que precisavam dentro da história, ficando claramente em segundo plano. E a finalização, também, acaba por não ter um clímax digno do resto do anime, resolvendo alguns conflitos de maneira bastante trivial e desapontante.
Apesar disso, a experiência de Araburu continua sendo excepcional, com uma animação muito bem medida e uma trilha sonora bastante agradável. Ainda que acabe tendo alguns pontos negativos, acredito que seja impossível desconsiderar todo o caminho incrível que este anime monta. Seus temas controversos, seus romances e os momentos de raiva, felicidade, desgosto, riso, surpresa. Tudo que cria um anime que certamente eu não vou esquecer e definitivamente vou sentir falta. Não é perfeito, mas é algo que eu gostaria muito de ver mais.
Araburu foi a minha grande surpresa da temporada. O anime que eu não esperava nada e que acabei ansiando mais e mais por cada episódio. Sempre digo que fico feliz quando algo me surpreende de verdade, e este foi um dos casos. Se vocês gostam de romance, um pouco de drama, é um anime que vale a pena assistir, para rir e passar raiva à vontade. Afinal, se machucar faz parte do amor, então machuquem-se, ferozes donzelas.
Shiaku-san
25 setembro, 2019
31 agosto, 2019
Gunjou no Magmel [Completo]
Yo minna!
Um continente que brota do além cheio de bichos extremamente perigosos. Ou seja, o que aconteceria se surgisse uma nova Austrália?
Anime: Gunjou no Magmel
Gênero: Ação, Aventura, Fantasia, Shounen, Super Poderes
Situação: Completo (13/13)
Sinopse: Um dia, no meio do oceano Pacífico, um milagre ocorreu, um novo continente apareceu do nada! O novo continente foi o lar de novas e misteriosas plantas, criaturas e minerais! A humanidade está excitada com a volta da idade da exploração.
Enquanto poucas pessoas ficariam interessadas em um anime sobre como foi o início da colonização da Austrália (ou não), Gunjou no Magmel traz os aspectos do novo mundo desconhecido para os "dias de hoje". Em um continente habitado por fauna e flora igualmente perigosas e incríveis, a proposta de um novo mundo fantástico é sempre interessante para ver de primeira mão novas ideias e conceitos em meio à uma trama de exploração. E, até certo ponto, é isso que Magmel se dispõe a fazer.
Acompanhando a história de um "resgatador", o anime vai apresentando os diversos ambientes dentro deste novo continente com todas as suas maravilhas e perigos. Abordando temas como a natureza extrema e a morte, ele tenta levar também um pouco pro lado de uma fantasia mais macabra, como acontece em Made in Abyss. Isso tudo seria super interessante, se fosse feito de maneira minimamente aceitável.
Acredito que a melhor palavra para definir Magmel é "raso". Da mesma forma que o anime acaba só raspando na superfície do que seria a real exploração, seu desenvolvimento de personagens e trama só deixam a desejar. Com personagens com a profundidade de uma colher de chá, uma rotina de episódica envolvendo o protagonista ter que resgatar algum retardado que, mesmo sabendo do risco e da estupidez de suas ações, adentrava o desconhecido por razões irrelevantes.
Era de se esperar que, durante essas aventuras curtas, se mostrasse com um pouco mais de detalhe tanto o ambiente quanto os personagens. Porém, qualquer esperança de aprofundamento é abandonada quando se percebe o ritmo corrido da trama para conseguir mostrar todo o contexto da situação, deixando o ambiente em segundo plano. A animação sofrível, cheia de elementos de computação gráfica terrivelmente feitos no estilo da primeira temporada de Rewrite, e a ausência de uma trilha sonora relevante durante os episódios acabam por afundar o barco furado.
Não me entendam mal. O anime não é completamente descartável. A abertura e o encerramento são até bem legais e, sem a menor dúvida, essa premissa do mundo inexplorado que tem por trás da história é muito poderosa. Porém, só isso não é suficiente para carregar um trabalho visivelmente mal-feito. Não sei dizer se isso acabou por ser uma adaptação excepcionalmente mal executada mas, por qualquer que seja a razão, o anime não convence.
Portanto, por causa da premissa e das sequências de abertura e encerramento, acredito que o anime chegue, com dificuldades, em um nível de assistível. Mas não consigo ter a cara de pau de indicar este anime para ninguém. Se quiserem assistir outros animes nessa mesma temática, Made in Abyss e 7Seeds claramente sanam essa demanda. Mais um anime pra lista de potenciais desperdiçados.
Shiaku-san
Um continente que brota do além cheio de bichos extremamente perigosos. Ou seja, o que aconteceria se surgisse uma nova Austrália?
Anime: Gunjou no Magmel
Gênero: Ação, Aventura, Fantasia, Shounen, Super Poderes
Situação: Completo (13/13)
Sinopse: Um dia, no meio do oceano Pacífico, um milagre ocorreu, um novo continente apareceu do nada! O novo continente foi o lar de novas e misteriosas plantas, criaturas e minerais! A humanidade está excitada com a volta da idade da exploração.
Enquanto poucas pessoas ficariam interessadas em um anime sobre como foi o início da colonização da Austrália (ou não), Gunjou no Magmel traz os aspectos do novo mundo desconhecido para os "dias de hoje". Em um continente habitado por fauna e flora igualmente perigosas e incríveis, a proposta de um novo mundo fantástico é sempre interessante para ver de primeira mão novas ideias e conceitos em meio à uma trama de exploração. E, até certo ponto, é isso que Magmel se dispõe a fazer.
Acompanhando a história de um "resgatador", o anime vai apresentando os diversos ambientes dentro deste novo continente com todas as suas maravilhas e perigos. Abordando temas como a natureza extrema e a morte, ele tenta levar também um pouco pro lado de uma fantasia mais macabra, como acontece em Made in Abyss. Isso tudo seria super interessante, se fosse feito de maneira minimamente aceitável.
Acredito que a melhor palavra para definir Magmel é "raso". Da mesma forma que o anime acaba só raspando na superfície do que seria a real exploração, seu desenvolvimento de personagens e trama só deixam a desejar. Com personagens com a profundidade de uma colher de chá, uma rotina de episódica envolvendo o protagonista ter que resgatar algum retardado que, mesmo sabendo do risco e da estupidez de suas ações, adentrava o desconhecido por razões irrelevantes.
Era de se esperar que, durante essas aventuras curtas, se mostrasse com um pouco mais de detalhe tanto o ambiente quanto os personagens. Porém, qualquer esperança de aprofundamento é abandonada quando se percebe o ritmo corrido da trama para conseguir mostrar todo o contexto da situação, deixando o ambiente em segundo plano. A animação sofrível, cheia de elementos de computação gráfica terrivelmente feitos no estilo da primeira temporada de Rewrite, e a ausência de uma trilha sonora relevante durante os episódios acabam por afundar o barco furado.
Não me entendam mal. O anime não é completamente descartável. A abertura e o encerramento são até bem legais e, sem a menor dúvida, essa premissa do mundo inexplorado que tem por trás da história é muito poderosa. Porém, só isso não é suficiente para carregar um trabalho visivelmente mal-feito. Não sei dizer se isso acabou por ser uma adaptação excepcionalmente mal executada mas, por qualquer que seja a razão, o anime não convence.
Portanto, por causa da premissa e das sequências de abertura e encerramento, acredito que o anime chegue, com dificuldades, em um nível de assistível. Mas não consigo ter a cara de pau de indicar este anime para ninguém. Se quiserem assistir outros animes nessa mesma temática, Made in Abyss e 7Seeds claramente sanam essa demanda. Mais um anime pra lista de potenciais desperdiçados.
Shiaku-san
23 agosto, 2019
Dororo [Completo]
Yo minna!
Um samurai amaldiçoado e uma criança em meio à um Japão em guerra, recheado de monstros e bandidos. Até onde eles podem ir?
Anime: Dororo (2019)
Gênero: Ação, Aventura, Demônios, Histórico, Shounen, Sobrenatural
Situação: Completo (24/24)
Sinopse: As terras do ambicioso lorde Daigo Kagemitsu estão morrendo. Para conseguir mais poder e salvar suas terras, Daigo acaba por fazer um pacto com 12 demônios que acabam por lhe dar tudo que desejava. Mas a um preço caro. Quando seu primeiro filho nasce, a criança não tem olhos, nariz, ouvidos, membros e nem mesmo pele, e ainda sim vive. Vendo que a criança não poderia ser um herdeiro, Daigo resolve se livrar da criança jogando-a no rio. Porém, em uma estranha virada do destino, a criança acaba sendo salva por um médico que lhe provê próteses para seus braços e pernas, e o ensina a sobreviver e lutar. Quando o jovem Hyakkimaru cresce, é chegada a hora dele caçar os demônios que lhe fizeram isso e reconquistar seus membros de volta. Nesse caminho, ele encontra uma jovem criança chamada Dororo, que acaba por acompanhá-lo em sua jornada neste sombrio japão feudal.
Com um primeiro episódio muito bem animado e um protagonista com gostinho de anti-herói, Dororo traz uma trama de fantasia de um tom mais pesado e escuro, tendendo para uma visão um pouco mais realista do ambiente de guerra. Para quem não sabe, o anime é a segunda adaptação de um mangá de mesmo nome, publicado nos anos 60.
Em um modelo episódico, o anime acompanha a jornada do protagonista derrotando demônios e, ao fazer isso, recuperando aos poucos os pedaços de seu corpo. Sem dúvida, o conceito de monstro da semana e samurai fazem um belo combo, e ele funciona muito bem no início do anime. Tendo em conjunto uma boa direção e animações de luta bastante bonitas, o anime se iniciou como algo realmente interessante, com histórias rápidas e relevantes, contribuindo para montar o personagem que é o protagonista e dando uma boa sensação de progresso à medida que ele obtinha novos pedaços de seu corpo.
Porém, um dos principais problemas do conceito de monstro da semana é a chance de se tornar repetitivo e, a medida que o anime passa para sua segunda metade, é isso que acaba acontecendo. Apesar de ser algo que não ocorra na segunda parte inteira, assim como a perda de qualidade de animação, é um elemento que acaba minando o interesse investido e o valor de cada peça conquistada. Chega a ser frustrante ver uma obra que era tão promissora e interessante lentamente migrar para algo que se assista quase que por obrigação.
Além disso, a mudança de foco no desenvolvimento de personagem acaba também sendo um fator crucial no incômodo da migração da primeira para a segunda parte. Na primeira parte, a Dororo fica muito mais em foco, dado que o protagonista é surdo e mudo, e possui um papel extremamente ativo em todo o desenvolvimento de trama, entregando uma boa noção do personagem dela. Quando Hyakkimaru passa a falar, Dororo vai sendo jogada de lado e Hyakkimaru passa a ser o personagem relevante na trama. Isso não só acaba mudando um tanto o tom da história, mas quebra um pouco a noção de que a história contada no anime é de ambos, como companheiros, e fica um gostinho de que não sabem bem construir dois personagens ao mesmo tempo.
Uma coisa interessante, porém, são os assuntos que o anime se propõe a discutir. Ainda que não entre com muitos detalhes em nenhuma das discussões, o anime aborda diversos temas de moral e ética em meio à guerra. O significado do que é ser um demônio e o que é ser um humano, a relatividade do mal, entre outros, recheiam as histórias episódicas com um pouco de reflexão e significado. De certa forma, Dororo acaba saindo um pouco do traço episódico tradicional, à medida que é perceptível como cada uma dessas histórias influenciam Hyakkimaru como personagem, e como cada nova parte de seu corpo o torna mais próximo de um humano no aspecto de corpo, mas não necessariamente no aspecto de mente e alma.
Na questão de trilha sonora, o anime foi bem decente. Apesar de não ter gostado muito da segunda abertura, a primeira abertura foi excepcionalmente boa e, durante os episódios, foram poucos os momentos em que fiquei incomodado com a trilha. A animação, como dito antes, gradualmente se desgasta com o tempo, em especial na segunda parte. Por fim, eu diria que ela acabou como regular, tendo a primeira parte balanceado um pouco a segunda.
Acabo por ver Dororo como um anime bom. Não nego ao dizer que o início me deixou bastante interessado e ansioso, e que a decepção bateu forte à medida que o anime cai em qualidade tanto de trama quanto de animação. Isso, porém, não torna a obra inteira ruim. Ainda que ele tropece em vários pontos, ele consegue entregar uma história e concluir de maneira bastante satisfatória.
Honestamente, gostaria muito de ver esse tipo de fantasia mais sombria bem executada. Mesmo que Dororo não seja bem a obra que explore melhor esse tipo de temática como um todo, o anime consegue ir contra a onda de remakes mal-feitos que têm sido lançados recentemente e, como um todo, é uma obra que vale a pena dar uma olhada. Claro que certas obras, como Noragami, talvez devam ter prioridade nesse tema de samurai e temas sobre o bem, o mal e a humanidade. Mas não é como se Dororo devesse ser jogado de lado, apenas colocado na fila. Talvez?
Shiaku-san
Um samurai amaldiçoado e uma criança em meio à um Japão em guerra, recheado de monstros e bandidos. Até onde eles podem ir?
Anime: Dororo (2019)
Gênero: Ação, Aventura, Demônios, Histórico, Shounen, Sobrenatural
Situação: Completo (24/24)
Sinopse: As terras do ambicioso lorde Daigo Kagemitsu estão morrendo. Para conseguir mais poder e salvar suas terras, Daigo acaba por fazer um pacto com 12 demônios que acabam por lhe dar tudo que desejava. Mas a um preço caro. Quando seu primeiro filho nasce, a criança não tem olhos, nariz, ouvidos, membros e nem mesmo pele, e ainda sim vive. Vendo que a criança não poderia ser um herdeiro, Daigo resolve se livrar da criança jogando-a no rio. Porém, em uma estranha virada do destino, a criança acaba sendo salva por um médico que lhe provê próteses para seus braços e pernas, e o ensina a sobreviver e lutar. Quando o jovem Hyakkimaru cresce, é chegada a hora dele caçar os demônios que lhe fizeram isso e reconquistar seus membros de volta. Nesse caminho, ele encontra uma jovem criança chamada Dororo, que acaba por acompanhá-lo em sua jornada neste sombrio japão feudal.
Com um primeiro episódio muito bem animado e um protagonista com gostinho de anti-herói, Dororo traz uma trama de fantasia de um tom mais pesado e escuro, tendendo para uma visão um pouco mais realista do ambiente de guerra. Para quem não sabe, o anime é a segunda adaptação de um mangá de mesmo nome, publicado nos anos 60.
Em um modelo episódico, o anime acompanha a jornada do protagonista derrotando demônios e, ao fazer isso, recuperando aos poucos os pedaços de seu corpo. Sem dúvida, o conceito de monstro da semana e samurai fazem um belo combo, e ele funciona muito bem no início do anime. Tendo em conjunto uma boa direção e animações de luta bastante bonitas, o anime se iniciou como algo realmente interessante, com histórias rápidas e relevantes, contribuindo para montar o personagem que é o protagonista e dando uma boa sensação de progresso à medida que ele obtinha novos pedaços de seu corpo.
Porém, um dos principais problemas do conceito de monstro da semana é a chance de se tornar repetitivo e, a medida que o anime passa para sua segunda metade, é isso que acaba acontecendo. Apesar de ser algo que não ocorra na segunda parte inteira, assim como a perda de qualidade de animação, é um elemento que acaba minando o interesse investido e o valor de cada peça conquistada. Chega a ser frustrante ver uma obra que era tão promissora e interessante lentamente migrar para algo que se assista quase que por obrigação.
Além disso, a mudança de foco no desenvolvimento de personagem acaba também sendo um fator crucial no incômodo da migração da primeira para a segunda parte. Na primeira parte, a Dororo fica muito mais em foco, dado que o protagonista é surdo e mudo, e possui um papel extremamente ativo em todo o desenvolvimento de trama, entregando uma boa noção do personagem dela. Quando Hyakkimaru passa a falar, Dororo vai sendo jogada de lado e Hyakkimaru passa a ser o personagem relevante na trama. Isso não só acaba mudando um tanto o tom da história, mas quebra um pouco a noção de que a história contada no anime é de ambos, como companheiros, e fica um gostinho de que não sabem bem construir dois personagens ao mesmo tempo.
Uma coisa interessante, porém, são os assuntos que o anime se propõe a discutir. Ainda que não entre com muitos detalhes em nenhuma das discussões, o anime aborda diversos temas de moral e ética em meio à guerra. O significado do que é ser um demônio e o que é ser um humano, a relatividade do mal, entre outros, recheiam as histórias episódicas com um pouco de reflexão e significado. De certa forma, Dororo acaba saindo um pouco do traço episódico tradicional, à medida que é perceptível como cada uma dessas histórias influenciam Hyakkimaru como personagem, e como cada nova parte de seu corpo o torna mais próximo de um humano no aspecto de corpo, mas não necessariamente no aspecto de mente e alma.
Na questão de trilha sonora, o anime foi bem decente. Apesar de não ter gostado muito da segunda abertura, a primeira abertura foi excepcionalmente boa e, durante os episódios, foram poucos os momentos em que fiquei incomodado com a trilha. A animação, como dito antes, gradualmente se desgasta com o tempo, em especial na segunda parte. Por fim, eu diria que ela acabou como regular, tendo a primeira parte balanceado um pouco a segunda.
Acabo por ver Dororo como um anime bom. Não nego ao dizer que o início me deixou bastante interessado e ansioso, e que a decepção bateu forte à medida que o anime cai em qualidade tanto de trama quanto de animação. Isso, porém, não torna a obra inteira ruim. Ainda que ele tropece em vários pontos, ele consegue entregar uma história e concluir de maneira bastante satisfatória.
Honestamente, gostaria muito de ver esse tipo de fantasia mais sombria bem executada. Mesmo que Dororo não seja bem a obra que explore melhor esse tipo de temática como um todo, o anime consegue ir contra a onda de remakes mal-feitos que têm sido lançados recentemente e, como um todo, é uma obra que vale a pena dar uma olhada. Claro que certas obras, como Noragami, talvez devam ter prioridade nesse tema de samurai e temas sobre o bem, o mal e a humanidade. Mas não é como se Dororo devesse ser jogado de lado, apenas colocado na fila. Talvez?
Shiaku-san
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